verbalizando-me

Eis uma mulher, cuja graça é natural, naturalmente consequência do que ela é, do que ela busca, do que ela faz, do que ela investe, não é graça de farmácia , que se aplica nos cabelos, que se esparge nas bochechas, que se colore nos lábios, ela – toda ela, sua graça – vem de dentro para fora, lá do fundo de um turbilhão de ânsias e desejos que, quando lhe atravessam os poros, fazem de seu corpo esta casa de campo, esta casa de praia, esta rede estendida a quem souber veranear. (Felipe Moura Brasil). Rio de Janeiro. Acessem também: http://bordas-de-mim.tumblr.com/

rumo

Se desse para escolher qualquer lugar para arrumar as malas e viajar agora, o destino estaria definido: a minha vida. Do quilômetro zero até o mais atual.
Levaria pouca coisa na mala e ficaria observando de fora, tudo que aconteceu desde que eu nasci.
Visitaria os pontos turísticos: cada sorriso, cada abraço, cada aventura, cada viagem, cada festa de aniversário.
Entraria nos museus históricos dos meus momentos e pensaria aliviada que muitos deles já passaram. Lembraria de forma nostálgica de outros que se foram. Confirmaria mais uma vez que a saudade é a maior prova de que o passado valeu a pena.
Acredito que não levaria ninguém junto comigo para essa viagem; aproveitaria para rever cada pessoa que passou pela minha vida.
Se tivesse a chance de dar conselhos a mim mesma, eu diria para aquela menininha ingênua, sensível e metida a forte, de cabelos cacheados e olhos claros aproveitar mais os 11 anos. Diria para ela aproveitar mais cada momento, cada pessoa. Demonstrar mais os sentimentos e se preparar para tudo que ainda aconteceria.
Pediria para ela NUNCA perder a vontade de viver, sorrir e amar.
Talvez com isso eu tivesse a chance de fazer tudo diferente.
Ao retornar ao presente, ficaria feliz por constatar que a maioria absoluta das coisas que fiz, eu faria novamente, do mesmo jeito ou, quem sabe, melhor.
Daqui a 10 anos, se eu pudesse escolher qualquer lugar para arrumar as malas e viajar, o destino ainda seria a minha vida. E tomara que, no final da viagem, eu constate a mesma coisa.

(Larissa Xavier)