verbalizando-me

Eis uma mulher, cuja graça é natural, naturalmente consequência do que ela é, do que ela busca, do que ela faz, do que ela investe, não é graça de farmácia , que se aplica nos cabelos, que se esparge nas bochechas, que se colore nos lábios, ela – toda ela, sua graça – vem de dentro para fora, lá do fundo de um turbilhão de ânsias e desejos que, quando lhe atravessam os poros, fazem de seu corpo esta casa de campo, esta casa de praia, esta rede estendida a quem souber veranear. (Felipe Moura Brasil). Rio de Janeiro. Acessem também: http://bordas-de-mim.tumblr.com/

Mês: outubro, 2010

Ciúmes de tudo: meus livros, meu cachorro, minha xícara, minha cadeira, meu óculos, meu espelho, minha escova de cabelo, meu computador, meus amigos, meu travesseiro, minhas roupas, meu namorado, meus sapatos, minhas bolsas, meus lápis, minhas canetas, minha família, minha música, minha banda, meu filme, minha novela, meu seriado, meu caderno, minha agenda, minhas fotos, meus ursinhos, meus esmaltes, meus perfumes, minhas maquiagens, meu celular, minha câmera, meus pôsters, minhas revistas, meus cd’s, meus dvd’s, minhas pulseiras, minhas cartas, meus irmãos. Meu quarto. Minhas recordações. Minhas coisas. Meu mundo.

2 anos sem ti.

A simples saudade que bate em meu peito , especialmente em dias como o de hoje, me força a deixar cair algumas lágrimas porque eu sei que será impossível ter novamente todos os seus mimos, seus cuidados, seu carinho, suas palavras e conselhos. Não posso mais olhar o brilho nos seus olhos, nem ouvir sua risada tão linda. É como muitos dizem… nada é pra sempre. Nem coisas e nem pessoas. Entendo que a vida é isso…. todos nós vamos ter que partir um dia. E a sua morte me fez crescer, amadurecer e entender coisas que antes eu não entendia… como o que eu senti no momento em que te vi pela última vez… era algo indescritível. Mas, hoje eu entendo o que era… era paz. Paz por saber que você viveu e morreu, que cumpriu o caminho que é determinado para todos. E sinto-me em paz ao lembrar de ti, apesar de tudo… paz. (Larissa Xavier)

linda e viciante!

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas. Caio F de Abreu

Sabe o que é? As coisas não são pra sempre e um dia a gente cansa. E eu cansei de servir de bandaid pro seu coração. (Larissa Xavier)

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim. Charles Chaplin

Insônia.

Não consigo dormir. Levanto, esfrego os olhos, bebo água. Vou até a janela e olho pro céu. Será que você contempla a mesma estrela que eu? (Larissa Xavier)

Talvez eu seja como as borboletas…

Por muito tempo eu me escondi dentro de mim. Fugi de muitas coisas, me protegi de muitas pessoas e sentimentos. Estive dentro de minha casca e olhei o mundo por uma pequena fresta que era utilizada para a entrada e a saída do ar. Mas o tempo passa e as coisas mudam. Tudo mudou. Eu mudei. Talvez eu tenha crescido, ou talvez minha coragem tenha despertado. Tive vontade de enfrentar o mundo. De fazer parte dele. Finalmente me transformei em uma borboleta… Saí da minha casca. Fui ver o lado de fora, fui conhecer tudo ao meu redor. Avoada que sou, acabei voando por aí, sem destino, livre… e, de repente, me vi rodeada de amigos. E de alguns amores. E como me decepcionei com eles…
Depois de sofrer maus bocados, de me ver triste e sozinha eu resolvi voltar pro meu casulo. Lá eu também estaria sozinha mas protegida de tanta dor. Sentiria falta de algumas pessoas e da vida que descobri no meu exterior, obviamente… mas talvez a saudade fizesse mais por mim do que essa minha insistente e errônea permanência. Assim foi. Era como se eu estivesse em um processo de regressão. Desde borboleta até uma pequena lagarta…
O tempo que passei dentro de meu casulo me foi doído porém necessário. Ali pude pensar em como errei, em que errei. Pude refletir e enxergar quem realmente vale a pena. Mais que isso: pude cicatrizar as feridas que meu primeiro vôo me causou.
E o tempo foi passando… e aos poucos, talvez até sem perceber, eu fui saindo de minha casca novamente. Quebrando-a, destruindo-a. E agora, sem ter um abrigo fixo pra onde eu pudesse voltar se meu vôo não der certo novamente, eu me via com medo. Sentia frio. Mas mesmo com tanta insegurança eu descobri muitos passarinhos, joaninhas e até pequenos insetos que eu nunca tinha reparado. Sei que ainda sou uma borboleta imatura. Cometo erros e ainda caio pelo meio do caminho. Ainda tenho cicatrizes profundas em minhas asas. Mas pelo menos agora eu já consigo batê-las sem que haja dor e sei que tenho em quem me apoiar quando as coisas não forem muito boas. Percebo que, por mais que às vezes eu duvide… sim, eu sou forte. E se um dia eu de novo me machucar demais eu sei que, independente do tempo que leve, eu vou reaprender a voar.
E se me perguntarem se me arrependo desses meus perigosos vôos… Bem, eu direi que não. Se não eu nada conheceria desse imenso jardim que é a vida, se não nunca teria tido coragem de sair do meu casulo pela primeira vez. Quem sabe isso seja a vida… um eterno não saber voar necessário. (Larissa Xavier)

Eu sinto ciúme quando alguém te abraça porque, por um segundo, essa pessoa está segurando meu mundo inteiro.

– Caio F de Abreu